Doença por Vírus Ebola: Um olhar a partir do contexto da Saúde Única

Fonte: Google imagens.

Você sabe o que significa Saúde Única ou One Health?

Saúde Única é o termo trata da integração entre a saúde humana, a saúde animal, o ambiente e a adoção de políticas públicas efetivas para prevenção e controle de doenças trabalhando nos níveis local, regional, nacional e global. Enquanto as pessoas viverem próximas ou junto com animais – sejam eles de estimação, na pecuária ou selvagens – a realidade dessa situação é o surgimento de doenças. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) estima, por exemplo, que 60% de todas as doenças que afetam os humanos podem ser transmitidas por animais e as mudanças climáticas contribuem para dispersão dos agentes transmissores em várias partes do mundo.  À medida que o mundo de hoje se torna cada vez mais conectado, a necessidade de aplicar efetivamente o conceito One Health só aumenta para manter as pessoas e os animais protegidos contra doenças e melhorar a qualidade de vida em todo o mundo em um meio ambiente equilibrado.

Mas o que é a doença provocada pelo vírus Ebola e qual sua relação com a Saúde Única?

Figura 1: Forma de transmissão do vírus Ebola (Google imagens).

O surgimento e propagação de diversas doenças como é o caso da doença provocada pelo vírus Ebola pode ser atribuído ao desequilíbrio da relação do homem, com os animais e o meio ambiente. É uma doença grave, fatal e altamente contagiosa causada ocorrendo esporadicamente em países da África. O reservatório natural do vírus permanece desconhecido. Com base em evidências, pesquisadores acreditam que o vírus pode ser veiculado por animais oriundos da África e que morcegos possam ser o mais provável reservatório do vírus. As mudanças climáticas e o uso indevido da terra, como os desmatamentos geram interrupções nas condições ambientais e habitats fornecendo novas oportunidades para doenças passarem para os animais e destes para o home.

O vírus é transmitido pelo contato direto ou indireto com o sangue ou suor, lágrimas, vômito, fezes, urina, leite materno, sêmen e muco de pessoas ou animais infectados, vivos ou mortos, através dos olhos, nariz, boca e pele com lesão de pessoas sadias. A transmissão também ocorre por meio de objetos que tenham sido contaminados com o vírus. No entanto, na África, o vírus em algumas situações passadas pode ter sido disseminado como resultado da manipulação e alimentação da carne de animais como macacos e também do contato com morcegos doentes.

Por que entender esse problema? Estamos em risco?

Fonte: Google imagens.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o reaparecimento do vírus ebola na República Democrática do Congo voltou a ser uma emergência de saúde pública de preocupação mundial. A epidemia do vírus Ebola desde inícios de 2014 atinge a África Ocidental, em especial a Libéria, Guiné e Serra Leoa, é considerada a maior ameaça da doença de que se tenha registro, ao menos o mais extenso e duradouro até hoje. O surto matou milhares de pessoas. O risco da disseminação de Ebola é real e poder afetar outros Estados, aumentando muito o número de mortes e podendo, em última instância, se alastrar pelo mundo, caso as medidas de prevenção e controles não forem adotadas. Nesse sentido uma abordagem de Saúde Única seria o ideal.

Como enfrentar esse problema?

Figura 3: Saúde Única (Google imagens).

Nesse contexto, podemos perceber que não há como controlar a disseminação dessa e de outras doenças transmitidas por animais com apenas um olhar e ações direcionadas somente para o cuidado do homem é preciso uma abordagem integrada com medidas de cuidado envolvendo essa tríade, homem, natureza e vida animal cada qual com suas particularidades. O controle da saúde dos animais é uma medida importante para evitar que doenças como o Ebola se espalhe. No caso do Ebola, existe uma associação direta das péssimas condições de vida, fome, falta de acesso aos serviços de saúde e condições de saúde da população e o surgimento da doença, resultantes do processo de globalização.

Combater o Ebola, portanto, trata-se de um desafio, pois requer um empenho global, para manutenção da relação equilibrada entre o homem, a natureza e os animais, por meio da cooperação entre países, bem como a de Organizações – como a OIE, a OMS, FAO (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO), entre outras – a fim de se obter uma ampla disseminação de informação sobre o vírus e sua forma de contágio além de ofertar serviços e profissionais de saúde capacitados para atender as regiões afetadas. Ao agir dessa forma, viabilizam-se medidas mais eficientes de prevenção, controle e tratamento da doença.

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